domingo, 19 de outubro de 2008

Pequena História Sobre a cerveja




Uma cerveja é qualquer uma das variedades de bebidas alcoólicas produzidas pela fermentação de matéria com amido, derivada de cereais ou de outras fontes vegetais.

As fábricas de cerveja e de algumas outras bebidas alcoólicas são geralmente chamadas de cervejarias (breweries, em inglês). Em termos históricos, a cerveja era já conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios, desde pelo menos 4 000 a.C.

Como os ingredientes usados para fazer cerveja diferem de acordo com o local, as características (tipo, sabor e cor) variam amplamente.

A mais longínqua notícia que se tem da cerveja vem de 2600 a 2350 a.C. Desta época, arqueólogos encontraram indícios, escritos em uma placa de barro com o Hino a Ninkasi, a deusa da cerveja, de que os sumérios já produziam a bebida.

Já na Babilônia dá-se conta da existência de diferentes tipos de cerveja, originadas de diversas combinações de plantas e aromas e o uso em diversas quantidades de mel. O Código de Hammurabi, rei da Babilônia entre os anos de 1792 e 1750 antes de cristo, incluía várias leis de comercialização, fabricação e consumo da cerveja, relacionando direitos e deveres dos clientes das tabernas.

Posteriormente, no antigo Egito, a cerveja, segundo Athenaeus, teria sido inventada para ajudar a quem não tinha como pagar o vinho. Hieróglifos e obras artísticas testemunham sobre o gosto deste povo pelo henket ou zythum, preferida por todas as camadas sociais. Até um dos faraós, Ramsés III (1184-1153 a.C.), passou a ser conhecido como "faraó-cervejeiro" após doar às sacerdotes do Templo de Amón 466.308 ânforas ou aproximadamente 1.000.000 de litros de cerveja provenientes de suas cervejeiras.

Cerveja em um bar de Bruxelas

Praticamente qualquer açúcar ou alimento que contenha amido pode, naturalmente, sofrer fermentação. Assim, bebidas semelhantes à cerveja foram inventadas de forma independente em diversas sociedades em redor do mundo. Na Mesopotâmia, a mais antiga evidência referente à cerveja está numa tabuinha sumeriana com cerca de 6000 anos de idade, na qual se vêem pessoas tomando uma bebida através de juncos de uma tigela comunitária.

A cerveja também é mencionada na Epopeia de Gilgamesh. Um poema sumeriano de 3900 anos, homenageando a deusa dos cervejeiros, Ninkasi, contém a mais antiga receita que sobreviveu, descrevendo a produção de cerveja de cevada utilizando pão.

A cerveja tornou-se vital para todas as civilizações produtoras de cereais da antiguidade clássica, especialmente no Egipto e na Mesopotâmia. O Código Babilônico de Hamurabi dispunha que os taverneiros que diluíssem ou sobretaxassem a cerveja deveriam ser supliciados.

A cerveja teve alguma importância na vida dos primeiros romanos, mas durante a República Romana, o vinho destronou a cerveja como a bebida alcoólica preferida, passando esta a ser considerada uma bebida própria de bárbaros. Tácito, em seus dias, escreveu depreciativamente acerca da cerveja preparada pelos povos germânicos.
No idioma eslavo, a cerveja é chamada "piwo" (pronuncia-se pivo), do verbo "pić" (pronuncia-se pitch) - beber. Por isso, "piwo" pode ser traduzido como "bebida", o que demonstra a importância que lhe é concedida.

O "Kalevala", coligido na forma escrita no século XIX, mas baseado em tradições orais seculares, contém mais linhas sobre a origem da fabricação de cerveja do que sobre a origem do homem.

A maior parte das cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do tipo que agora chamamos de ales. As lagers foram descobertas por acidente no século XVI, quando a cerveja era estocada em frias cavernas por longos períodos; desde então elas ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume (veja abaixo a distinção).

O uso de lúpulo para dar o gosto amargo e preservar é uma invenção medieval. O lúpulo é cultivado na França desde o século IX. O mais antigo escrito remanescente a registrar o uso do lúpulo na cerveja data de 1067 pela Abadessa Hildegarda de Bingen: "Se alguém pretender fazer cerveja da aveia, deve prepará-la com lúpulo." No século XV, na Inglaterra, a fermentação sem lúpulo podia dar origem a uma bebida tipo ale - o uso do lúpulo torná-la-ia uma cerveja. A cerveja com lúpulo era importada para a Inglaterra (a partir dos Países Baixos) desde cerca de 1400, em Winchester. O lúpulo passou a ser cultivado na ilha a partir de 1428.

A Companhia dos Fabricantes de Cerveja de Londres foi tão longe que especificou "nenhum lúpulo, ervas, ou outra coisa semelhante será colocada dentro de nenhuma ale ou bebida alcoólica enquanto a ale estiver sendo feita - mas somente um licor (água), malte e uma levedura". Contudo, por volta do século XVI, "ale" veio a referir-se a qualquer cerveja forte, e todas as ales e cervejas continham lúpulo.

sábado, 18 de outubro de 2008

O licor nos tempos modernos

A imagem de fabrico e consumo dos licores começou a mudar bastante a partir de 1920. Em 1930 houve grandes mudanças graças à acção das relações públicas dos importadores e fabricantes.

O creme de menthe frappé foi promovido a bebida da moda, em 1960. Em 1970 a casa GALLIANO popularizou o famoso Harvey Walbenguer? E foram atitudes deste género aliadas à acção dos Barman que criaram nas pessoas uma nova maneira de consumir licores, marcando assim uma época.

De que são feitos os licores
Entram no fabrico dos licores, como aromatizantes, os seguintes produtos: plantas (mangericão, hissopo, hortelã, erva-cidreira, alecrim), flores ( camomila, alfazema, alecrim, rosa, laranjeira, etc. ), frutos (banana, maracujá, morango, laranja, tangerina, medronho, cereja, groselha, melão, tâmara, pêra, kiwi, pêssego, apricot, amêndoa, etc. ), cascas de árvore ( quina, canela, sândalo ), raízes ( angélica, aipo, genciana, cenoura), sementes ( anis, damasco, café, cacau, zimbro, pimenta, nozes, baunilha, etc. ), açúcar (açúcar de cana, beterraba, mel e sumo de uvas concentrado ).

Classificação: os licores classificam-se segundo a variedade de produtos com que são fabricados:

a) Licores à base de plantas
b) Licores à base de frutos
c) Licores à base de essências
d) Licores à base de natas ( este grupo de licores é recente, assim como o aparecimento dos Cream Liqueurs: Bailey's, Carolan's, Emmets, Royal Tara, .etc. ).

Quanto ao método de fabrico agrupamos os licores do seguinte modo:
a) Por destilação (licores à base de plantas)
b) Por infusão/maceração (licores à base de frutos)
c) Por extractos ou essências
d) Por adição de natas (cream liqueurs)
Os métodos de fabrico podem ser a frio ou a quente.

Destilação

Pode ser usada a destilação por álcool ou por água. Destilação por álcool: É um processo, normalmente, executado num pequeno alambique de cobre. O agente aromático é embebido em álcool por algumas horas e colocado no alambique onde lhe é adicionado álcool. Desta destilação apenas uma parte do licor destilado é aproveitado, voltando o resto a ser redestilado em nova «Jornada».

Destilação por água

Este método é usado para ervas e flores muito delicadas. São embebidas em água e só depois se procede à sua destilação suave, em alambique. Este procedimento permite preservar os aromas. Esta água destilada e aromática junta-se ao álcool puro ( espirituoso ). Por este processo são feitos alguns dos mais famosos licores existentes no mercado.

Infusão/Maceração

O processo de infusão pode ser feito a frio ou a quente. Quando é feito a frio as frutas são esmagadas e colocadas num recipiente de água fria por um período de tempo que pode ir até um ano. Após este período o líquido é filtrado e adicionado a álcool neutro.
As fases deste processo de fabrico:
a) Homogeneização
b) Repouso (em recipiente de vidro por algumas semanas)
c) Refrigeração
d) Filtragem ( através de carvão ou outros sistemas)
e) Engarrafamento.

Extractos ou Essências

É o método mais usado no fabrico dos licores por ser mais económico e prático. Talvez, por isso, a qualidade destes licores seja inferior a outros obtidos por processos diferentes.
Nos licores fabricados por este processo entram os seguinte elementos: água, álcool, açúcar, essências, corante.

Adição de Natas
Este tipo de licores apareceu recentemente. Embora o creme (natas) já fosse usado em imensas composições de bar, só a partir do ano de 1975 a firma irlandesa R. A. Bailey aperfeiçoou a técnica de combinar um espírito com as natas, sem que estas azedassem. Como resultado desta experiência apareceu o famoso Baileys lrish Cream.
Este tipo de licores considerado tecnicamente como «Cream Liqueurs» não deve ser confundido comos «créme liqueurs». Os creme liqueurs não incluem natas na sua composição. Exemplos: creme de banana, creme de menthe.
Os «cream liqueurs» são de mais baixo teor alcoólico que os outros licores.
Ex.: o Baileys e o Emmets 17%.

A Lei Portuguesa sobre licores

A lei portuguesa obriga a que os licores obedeçam aos seguintes requisitos, segundo o art. 4.0 do Dec. Lei n.O 257/87 de 25 de Junho:
1) Teor alcoólico em volume, a 20°C:
a) Nos licores com leite, natas ou ovos -mínimo 15%.
b) Nos outros licores -mínimo 20%.

2) Açúcares totais:
a) Nos licores creme (natas/ovos) -mínimo 420gr/l.
b) Outros licores -mínimo 105 gr/l.

Licores


Licores e Cordiais: Pensa-se, erradamente, que existe uma grande diferença entre um licor e um cordial. De facto, ambas as palavras querem dizer a mesma coisa: bebida açucarada, alcoólica, feita de espíritos redestilados ou misturados, a que se adicionam aromatizantes e corantes.

Licor é a palavra mais usada na Europa. Na América preferem a palavra cordial. Em Inglaterra, por exemplo, a palavra cordial é usada para descrever bebidas não alcoólicas, mas aromáticas e doces, com 00 Lime Juice Roses que traz no rótulo a palavra cordial.

Dizem-nos alguns estudos sobre esta matéria que a palavra cordial se começou a aplicar nas bebidas doces porque eram consumidas em ambiente cordial e amigável.
Neste livro vamos deixar para trás, deliberadamente, a palavra cordial e apenas usaremos o termo licor.

Como já foi dito os licores são obtidos a partir de um espírito ( álcool, aguardente vínica ou outra), aromatizantes e açucarados, ervas, frutos, raízes, especiarias e flores. Esta definição parece dizer tudo mas, no entanto, é quase nada, tal é a imensidão deste tema.

O aparecimento dos licores remonta de tempos imemoriais. Consta que já nas tumbas, do velho Egipto, foram encontradas receitas de licores que eram usadas como digestivos e como produtos medicinais, especialmente nos problemas de estômago.

Os monges e alquimistas faziam destilações, em atmosfera de magia, tentando descobrir um elixir que Ihes desse a eternidade. Consta que este sistema contribuiu para o aparecimento de muitos licores que são hoje famosos, especialmente alguns feitos à base de ervas.

Na época medieval, os famosos cozinheiros da época usavam os licores como aromatizantes, para disfarçar o aroma das carnes em más condições, assim como de alguns vegetais. Devido à sua doçura eram muito usados em bolos de creme e sobremesas.

No séc. XV os Italianos apareceram a liderar o «mundo» dos licores, particularmente famosos entre as senhoras e usados para os mais variados fins.

Eram tomados pelas mulheres quando estavam prestes a dar à luz; as ervas usadas serviam como medicina e o álcool como primeira anestesia. As raparigas da época quando estavam interessadas em cativar o apaixonado ofereciam-lhe um especial licor afrodisíaco.

Akvavit ou Aquavit/Arrack


A Akvavit é uma aguardente originária dos países escandinavos (Dinamarca, Noruega e Suécia) mas, também produzida em quantidades razoáveis na Alemanha, Finlândia e Islândia.


Pequeno Historial

Remonta a mais de quatrocentos anos o conhecimento do fabrico da Akvavit. Na época Elizabeteana já os dinamarqueses eram conhecidos por grandes consumidores de Akvavit, em Hamlet faz-se referência a essa facto.

O rei Cristian IV; notado pelas suas proezas como bebedor, foi também o primeiro monarca a tributar a Akvavit com taxas. A partir dessa altura começou uma campanha de sensibilização junto dos cerca de 11.000 produtores clandestinos para que legalizassem as suas destilarias. No entanto, só em 1843 o governo dinamarquês tomou firmes medidas para obrigar os produtores à legalização.

Hoje na Dinamarca existem cerca de 2 500 destilarias legalizadas. O centro da indústria produtora continua a ser Aalborg, uma cidade dinamarquesa onde se produz 90% da Akvavit dinamarquesa.


Caracteristicas da Akvavit

Na Dinamarca produz-se uma Akvavit mais aromatizada onde são utilizados Alcaravia, Aniz e Cardamomo. Predomina o aroma a Alcaravia (planta medicinal).

A Akvavit é destilada numa primeira fase, obtendo-se um espírito neutro, bastante forte. Só na segunda destilação lhe são adicionados os aromas desejados. A Akvavit mais conhecida na Dinamarca é a Aalborg e a Aalborg Jubilaeums.

A primeira apresenta-se incolor, a segunda com uma cor dourado pálido e um aroma forte a endro e coentro. Esta Akvavit foi lançadaem 1948 para comemorar o primeiro centenário da firma produtora. Na Dinamarca existe um clube de apreciadores da Akvavit, Guild of Christian IV do qual faz parte o ex-presidente dos EUA Ronald Reagan.

Na cerimónia inicial todos os membros devem cantar: "Down with juice and tea, schnaps is the drink for me".

A Akvavit também é chamada de Schnaps devido à designação alemã Schnapps.

A Islândia também produz alguma Akvavit, sendo pouco conhecida. Localmente é chamada de Akvaviti e ainda Brennivin (Morte Negra ). Esta ultima designação é utilizada nas zonas mais rurais.

Na Noruega produz-se uma das mais conhecidas Akvavit, designada por Linie Aquavit. E produzida na cidade de Trondheim, no norte da Noruega.

Esta Aquavit apresenta-se com cor dourado escuro e a forma encontrada para o seu envelhecimento é bastante curiosa.

Os barris de madeira são carregados em navios com rumo à Austrália, passando forçosamente a linha do Equador (daí o nome Linie). A temperatura durante a viagem mais o agitar constante dos barris permitem um envelhecimento mais rápido, com características consideradas inigualáveis.

No regresso à Noruega a Aquavit é engarrafada em garrafas de 70 cl ou 35 cl. Estas são sempre pequenas e de formato esguio. No contra-rótulo da garrafa é colocado o nome do navio onde foi efectuada a viagem. Estas viagens chegam a demorar cerca de cinco meses.

A Aquavit norueguesa é envelhecida, mas não aromatizada, pelo que as suas qualidades são totalmente adquiridas pelo método de envelhecimento.

Na Noruega a Aquavit é muito usada para acompanhar refeições de peixe cru ou salmão fumado. Bebe-se pura e muito fria.

Como curiosidade, acrescentamos que nas zonas rurais da Noruega ainda é frequente o ritual de beber Aquavit. Consiste no seguinte: dois bebedores devem olhar-se mutuamente nos olhos enquanto vão bebendo a Aquavit, sem desviar os olhos um do outro. A Aquavit líder no mercado norueguês é a Gamel.

A Suécia é também um país produtor de Aquavit. A Akvavit sueca aparece regularmente nos tipos doce e seco, é aromatizada. Usam-se Alcaravia, Anis, Fennel e, por vezes, Orange Bitter. As marcas mais conhecidas de Akavavit sueca são a Explorer e Renat. São ambas pouco aromáticas e muito fortes.

A Alemanha também aparece como um país produtor de Akvavit, embora na maioria dos casos a denominem apenas de Schnapps (designação usada apenas para as aguardentes brancas). A Akvavit mais conhecida na Alemanha é a Bommerlunder, produzida em Flensburg, fronteira com a Dinamarca.

Esta Akvavit é proveniente de uma receita secreta "vendida" no séc. XVIII, por Frederico, O Grande, rei da Dinamarca. Quando chegou à cidade de Flensburg, sem um tostão no bolso, ali obteve ajuda e deixou a receita secreta deste tipo de Akvavit como forma de pagamento. Esta Akvavit é um pouco seca e suave.

Akvavit/Aquavit, é uma aguardente proveniente de cereais sendo também usada a batata, na sua produção. A Akvavit na primeira destilação é uma bebida espirituosa idêntica à vodka, só na segunda destilação adquire as suas qualidades próprias.
A sua graduação alcoólica é de 40° a 50°.

Arrack

É uma aguardente obtida a partir do arroz (vinho do arroz), cana de açúcar, leite de coco e melaços. A sua designação também pode ser simplesmente Araki, Raki, Rakiya, Arak ou Araka. Isto depende principalmente do país onde é produzida esta aguardente. Produz-se no Oriente e nalguns países do mediterrâneo. A mais conhecida é a aguardente produzida na Indonésia, conhecida por Batavia. Segundo os entendidos é o melhor de todos os tipos desta aguardente. A Arrack tem uma graduação alcoólica de cerca de 40°.

Antes de mais peço imensas desculpas visto que este artigo deveria estar exposto, junto das aguardentes de cereais e não logo a seguir ás de frutos.

Obrigado

Aguardentes de Frutos


Estas aguardentes são espirituosos, destilados a partir de frutos fermentados tais como: medronho, pêssego, ameixa, maçãs, peras, framboesas, damascos, amoras(são estes os mais conhecidos).

Alguns tipos e origens:

Aguardente de Figo

Esta aguardente é produzida, principalmente, no Algarve e Alentejo. Obtém-se a partir de figos previamente esmagados e fermentados.

Aguardente de Medronho

A aguardente de medronho (medronheira) é produzida a partir dos frutos com o mesmo nome (medronho)que se cultivam nas serranias do Algarve.

Pode dizer-se que é uma bebida regional. No entanto também se produz noutras zonas do país, embora em menos quantidade.


A produção

A fruta é fermentada em tanques de madeira ou barro. Actualmente a fermentação também se faz em depósitos de cimento, mas só em destilarias de significativa dimensão. A fermentação é natural e dura entre trinta e sessenta dias.

Os tanques devem ser cobertos com frutos esmagados para evitar o contacto com o ar. É necessário adicionar uma parte de água para cinco partes de fruta.

Depois de fermentado o produto deve ser guardado durante sessenta dias e bem protegido do ar .

Hoje em dia existem destilarias semi-industriais. No entanto, a melhor aguardente é aquela que é produzida por destilação descontínua (fogo directo ).

Uma boa aguardente de medronho é transparente, com o cheiro e o gosto da fruta. Nas montanhas uma boa aguardente deve ter 50°. No entanto a sua comercialização faz-se entre os 40° e 5Qo .

Envelhecimento

A qualidade da aguardente aumenta quando esta é amadurecida / envelhecida em barris durante oito anos. Este período de envelhecimento não deverá ser prolongado por mais tempo pois, não terá qualquer efeito na qualidade da aguardente.

O medronho bebe-se, normalmente, com o café. Os Puristas consideram que deve ser bebido à temperatura ambiente, embora, algumas pessoas prefiram bebê-lo frio.
O famoso licor algarvio Brandymel é feito com medronho.

Aguardente de nêspera

Produz-se na Ilha Terceira/Açores. É destilada a partir do sumo de nêsperas bem doces. A graduação alcoólica é de 40 a 45 graus. O seu
Aspecto é incolor e deve servir-se gelada. No entanto quando envelhecida em casco de carvalho toma uma cor âmbar ou dourado escuro.

Calvados

Aguardente produzida na Normandia (França), obtida a partir de maçãs maceradas e cidra, após uma segunda destilação. É envelhecida em cascos de carvalho.

Tal como o Cognac e o Armagnac, a produção do Calvados também é controlada pelo Governo Francês. Em 1942, o organismo que tutela a produção do calvados acordou na demarcação das 3 zonas principais e nas 7 pequenas sub-regiões, sendo a do Pays D'Auge aquela que produz a melhor aguardente Calvados.

Quando é novo o Calvados tem um paladar muito semelhante à noz-moscada verde.
O vieux (velho) tem no mínimo três anos de envelhecimento em casco.

O VO deverá ter no máximo quatro anos de envelhecimento.

O VS.O.P. ou extra, tem no mínimo cinco anos de envelhecimento podendo ter até quinze anos de casco.

A sua graduação alcoólica é de cerca de 40°.

Nos E.U.A a aguardente Calvados é chamada Applejack.

Williamine

Uma aguardente de pêra, obtida a partir das famosas peras "William's" depois da destilação do sumo fermentado. Produz-se na Suíça, no cantão de Valais. A sua graduação alcoólica é de 43º a 45º.

O mesmo tipo de aguardente também designada Poire William ou apenas William é produzido em França e Alemanha.

Mirabelle

É uma aguardente francesa da zona da Alsácia. Obtém-se a partir de ameixas amarelas. O seu aspecto é incolor, sendo no entanto, envelhecida em recipientes especiais de vidro e não pelos processos usuais.
Tem um aroma acentuado ao fruto e a sua graduação alcoólica é de 45°.

Quetsche

É uma aguardente francesa e alemã produzida na Alsacia. Obtém-se a partir de ameixas. Na Alemanha esta aguardente pode ainda chamar-se "Zwetschgen", ou "Zwetschgenwasser". A sua graduação alcoólica é de 45°.

Slivovitz

É uma aguardente produzida na ex-Jugoslávia, obtida a partir de ameixas e caroços esmagados. As árvores produtoras destas ameixas têm pelo menos, cerca de vinte anos.

A fermentação das ameixas faz-se por um período de cerca de três meses e depois uma dupla destilação. Esta aguardente é, normalmente, envelhecida por um período de três a cinco anos. Produz-se também na República checa, na Eslováquia e na Polónia. Tem um aspecto dourado e a sua graduação alcoólica é de 40 a 45°.

Como curiosidade acrescentamos que na ex-Jugoslávia existiam, antes da guerra, cerca de 75 milhões de árvores produtoras deste tipo de ameixa, a maraska.

O nome original desta aguardente é Sljivovica. Na Roménia o mesmo tipo de aguardente chama-se Slibovitza.

Aguardentes Bagaceiras



As aguardentes bagaceiras obtém-se pela destilação do bagaço ou engaço da uva. Em Portugal esta aguardente é mais conhecida pela designação de "bagaço" com predominância nos meios rurais.

Apesar de existirem excelentes marcas comercializadas em Portugal, nas zonas rurais encontra-se com regularidade a Aguardente Bagaceira feita pelos pequenos produtores de vinho.

Segundo os entendidos nesta matéria, a melhor aguardente bagaceira é aquela que deriva do bagaço do vinho verde, produzida no norte do país e destilada a fogo directo.

Na área das bagaceiras temos uma outra marca, Macieira Centenário, produzida na região de Lamego com engaços de espumante Raposeira. A firma que a comercializa dá-Ihe o nome de "Marc Português".

As bagaceiras apresentam-se incolores ou castanho-palha, quando envelhecidas em cascos. A sua graduação alcoólica é de 36° a 52°.

Em França são conhecidas por Marc ou ainda por "Eau-de-Vie de Marc”.

Em Itália dão-lhe o nome de grappa. Esta bagaceira tem a particularidade de ser aromatizada por uma erva chamada Arruda.

Grappa é também a designação dada, na Califórnia, ao mesmo tipo de aguardente.

Nas bagaceiras de qualidade devem ser utilizadas 47% de peles da uva, 28% de astes/caules e 18 a 30% de graínha.

O segredo da qualidade da bagaceira está no manejo das proporções.

O bagaço/engaço depois de separado do mosto não deve estar mais de 24h. sem ser utilizado.

Não deve ser destilado a mais de 10 km do local onde se produziu o vinho, pois a permanência do bagaço nos silos pode produzir outros componentes indesejáveis, como o metanol e o butanol.

Aguardentes velhas portuguesas (vínicas)



Portugal tem aguardentes velhas de soberba qualidade que não são inferiores ao famoso Cognac. Segundo alguns observadores as nossas aguardentes poderiam ser melhores se fossem aproveitadas todas as condições e a acidez existente nas uvas usadas na produção do vinho verde.

Actualmente as aguardentes nacionais aparecem-nos também com a designação de Aguardentes Preparadas.

O envelhecimento das aguardentes faz-se, normalmente, em cascos de carvalho ou castanheiro (nalguns casos). Estas vasilhas são porosas permitindo a passagem do oxigénio e dando uma cor dourada às aguardentes.

Mais tarde adquirirão um tom castanho escuro. A própria madeira fornece-lhes substâncias que as torna mais ricas.

As aguardentes preparadas não têm tanto tempo de casco mas, são-lhe adicionadas substâncias que lhes permitem manter boa qualidade sem necessitar de tanto tempo de envelhecimento.

Como beber aguardentes velhas

Há uns anos atrás aquecia-se o balão antes de servir uma aguardente velha. Esta atitude é prejudicial, o calor excessivo mata as melhores qualidades da bebida.

Basta rodar lentamente o balão entre as palmas das mãos para que desprenda um rico aroma.

Normalmente, as aguardentes velhas são consumidas após as refeições como digestivo.

Armagnac



História
A origem das Aguardentes de Armagnac remonta à idade média. No século XV estas aguardentes mais não eram do que "remédio" de farmacêuticos para servir de antídoto contra as ipedemias. No século XVII passou então a ser utilizada como uma bebida.

Conheceu o seu apogeu no século XIX com uma produção de 100.000 hectolitros. No entanto em 1980 a Filoxera quase extinguiu as vinhas da região que demorou algum tempo a recuperar. O decreto-lei de Maio de 1909 veio desde então delimitar as zonas assim como as castas.

Definição

1) O Armagnac é uma bebida espirituosa destilado exclusivamente do Gers Department of France. Existem três distritos do Armagnac:

- Bas Armagnac (produz os melhores Armagnacs)
- Tenareze
- Haut Armagnac

2) Uvas seleccionadas / castas autorizadas, apenas onze e de uvas brancas
-L'Ugni Blanc
-Le Bacco 22 A
-Le Colombard
-Le Jurançon
-Le Plant de Grece
-La Folle Blanche et Jaune
-Le Meslier
-La Clairette
-La Blanguette
-Le Mauzac

Produção

A produção é similar à do Cognac, mas tem apenas uma destilação (Continuos still) num alambique conhecido por «Armagnaçais». O espírito obtido desta primeira destilação tem pouca cor e não excede os 63°.
Actualmente já existem alguns produtores a usar o processo do cognac, 2 destilações, isto a partir de 1972.
A destilação faz-se desde o início das vindimas até ao dia 30 de Abril do ano seguinte.

Categorias

1) Bas Armagnac: o de melhor qualidade e com um ligeiro sabor a ameixa.
2) Tenarêze: sabor a violeta.
3) Haut Armagnac: é de todos o que requer mais tempo para envelhecer e de qualidade inferior.
Algumas das diferenças entre o Armagnac e Cognac são as seguintes: os cascos de envelhecimento do Armagnac são feitos de madeira de carvalho escuro de Gascony são de carvalho castanho.
O Armagnac é mais leve do que o Cognac, ligeiramente mais seco, mais encorpado e envelhece mais rapidamente. A idade do Armagnac pode variar de quatro a vinte anos.

Cognac


História
O Cognac é um espírito mundialmente famoso desde o séc. XVII. Quando os Holandeses destilavam os vinhos Charentais e ao álcool obtido dava-se-lhe o nome de Brandewijin, mais tarde os ingleses deram-lhe o nome de Brandy.
A sua graduação alcoólica mínima é de 40°.

Definição

1) É uma bebida espirituosa destilado exclusivamente de vinhos da região do Cognac em França (Charente). Nesta região existem seis sub-regiões produtoras de Cognac, cuja ordem é a seguinte:
-Grande Champagne
-Petit Champagne
-Borderies
-Fine Bois
-Bons Bois
-Bois Ordinaires (Bois Terroir / Bois Communs)

2) Uvas seleccionadas / castas (obtido das castas e uvas seleccionadas )
a) Colombar
b) Ugni Blanche / Saint-Emilion
c) Folle Blanche.

Grand Champagne

A palavra champagne serve para designar diversos cognacs, nada tem em comum com o famoso espumante francês da região de Champagne. A palavra significa «champs» ou campo. Algumas pessoas julgam que os cognacs que trazem a designação Grand Champagne no rótulo são feitos de champagne, o que é errado.

Na região de Champagne são produzidos os melhores cognacs devido à qualidade do terreno.

Petit Champagne

A região de Petite Champagne circunda a Grande Champagne e produz um cognac semelhante, pelo facto de os terrenos terem sensívelmente as mesmas características.
As aguardentes lotadas nestas duas regiões, na proporção de 50%, dão origem à designação de Cognac Fine Champagne.

Borderies

Esta região é denominada o «coração» de toda a região do Cognac. Bastante rica em calcário, produz uma aguardente rica em aromas, de envelhecimento mais rapido, odor a doce, com bastante «bouquet».


Fine bois

Esta região circunda as três zonas de Grande Champagne, Petite Champagne e Borderies. Os terrenos de calcario e greda produzem vi- nho de inferior qualidade, menos «bouquet».

Bons bois

E uma zona de terrenos pobres, circunda a zona de Fine Bois, pro- duzindo uma aguardente de forte graduação alcoólica, menos fina que as outras mas com mais aroma.

Bois ordinaires e bois communs (terroir)

Estas duas zonas integradas são a cintura mais afastada e compreendem os diferentes terrenos do litoral ou das ilhas onde o clima marítimo se faz sentir, produzindo aguardentes que têm geralmente um forte sabor a terra que se pode atenuar ou mesmo suprimir tomando precauções especiais na destilação.

Fermentação

A fermentação é de três a cinco semanas. Desta fermentação obtêm-se um vinho branco, ácido, com uma baixa graduação alcoólica, aproximadamente 8° a 10°. São necessários oito litros de vinho para produzir um litro de cognac.

Destilação

A destilação cerca de 8 horas faz-se por duas fases, é o chamado sistema fogo directo (Alambique Charentais). A primeira destilação (first chaufee) produz um líquido chamado "brouillis" cuja graduação alcoólica é de 27° a 35°. A segunda destilação (second chaufee ou bonne chaufee) demora cerca de doze horas e o princípio e o fim (cabeça e cauda) são removidos para nova destilação. O líquido aproveitado da segunda destilação tem 68° a 72° e é a partir dele que se vai produzir o cognac. A destilação do cognac faz-se obrigatoriamente entre o fim das vindimas (Novembro) e o dia 31 de Março seguinte.

Envelhecimento

O espírito obtido é amadurecido /envelhecido em cascos de carvalho limousin ou troncais (os cascos são feitos à mão) permanece nos cascos durante tres anos, passando depois para cascos mais velhos para adquirir a cor da madeira. Neste período de envelhecimento o cognac perde 3 a 4% de álcool por ano. Esta evaporação chama-se poeticamente (angel's share).

Tipos de Cognac

a) Três estrelas (***) ou VS (very superior) - terá que ter três anos de casco no mínimo.
b) VO (Very OId / Muito Velho)
c) VSOP ( Very Superior Old Pale / Pálido Superior Muito Velho). Ambos terão que ter quatro anos de casco.
c) Reserve, XO (Extra Old / Muito Velho), Napoléon Vieille Reserv, Grand Cuvée - para poder usar qualquer destas designações terá que ter no mínimo cinco anos de casco.
d) Existem ainda outras designações: Bras Armé (Braço Armado), Cordon Blue (Cordão Azul), Cordon d'Argent (Cordão de Prata) e Cinco Estrelas (*****).

Vodka



O aparecimento da Vodka deu-se há mais de 800 anos. No entanto, atingiu o auge da sua popularidade depois de 1940.



História

O seu nome deriva de uma frase russa "Zhiznennia Voda", que significa “água da vida”. A palavra vodka foi mais tarde
adoptada.

Os polacos reivindicam para si a origem do nome vodka (woda). Consta que no séc. XI, na Pérsia, se produzia uma bebida espirituosa semelhante à vodka.

Mas, os russos afirmam que a vodka foi uma descoberta deles e que o seu aparecimento se deu no ano de 1300, num local chamado Fonte de Viataka.

A vodka popularizou-se também rapidamente na Finlândia e Polónia. Neste último país a vodka era apenas utilizada pelos monges, farmacêuticos e famílias nobres. Só no séc. V XI o segredo do fabrico da vodka passou a ser conhecido entre os polacos.

No ano de 1546 o rei polaco Yan Olbretch, publicou uma lei segundo a qual autorizava todos os cidadãos a prepararem como entendessem as suas vodkas. Isto deu origem ao aparecimento das vodkas aromatizadas e com sabor a frutas e a ervas.

Mais tarde, em 1780, o Czar da Rússia contratou um químico, Theodore Lowitz, para encontrar uma fórmula que tornasse esta bebida mais higiénica e pura.

Lowitz inventou a técnica da purificação da vodka, filtrando-a através de carvão.

Quarenta anos mais tarde, a familia Smimoff, oriunda de Moscovo, fundou uma companhia que aperfeiçoou este sistema e simultaneamente deu o seu nome a uma das vodkas mais famosas no mundo.

Como é feita a vodka:

A vodka, inicialmente era considerada um espírito proveniente da batata. Actualmente entram na sua composição diversos cereais, como o milho, trigo, centeio e cevada.

Nalguns países a vodka é ainda produzida a partir da batata ou com uma grande percentagem de batata (Polónia, Rússia e Noruega).

Como exemplo, a vodka Smimoff tem na sua composição uma maior percentagem de milho, a vodka norueguesa, Vikin Fjord, tem como base a batata, a Wyborowa tem no rótulo a designação Grain ( cereais).

Processo de fabrico

Os cereais são misturados e cozidos a alta pressão e em seguida espalhados num local próprio. Onde são arrefecidos e Ihes é adicionada água. A esta mistura junta-se malte ou enzima para que a fécula se torne açucarada.

Na fase seguinte são adicionadas leveduras e outros produtos fermentados, em quantidades e num processo semelhantes ao do fabrico do whiskey (Bourbon).

A mistura final é destilada pelo processo Patent Still ou Continuous Still (Fogo directo) a temperaturas elevadas, afim de extrair todos os possíveis sabores ou aromas dos produtos usados na mistura.
Quando sai do alambique a vodka tem normalmente 95°.

Purificação

O processo patent still tem, geralmente, duas colunas: uma para destilação e outra para rectificação. Quando se usa para destilar espíritos neutros (ver Aquavit) deve ter mais uma coluna que serve para a purificação.

No caso da vodka, este processo não é ainda suficiente, sendo na maioria dos casos, filtrada através de carvão.

A vodka não requer qualquer envelhecimento. Pode ser consumida logo após o seu fabrico. Isto diz respeito às vodkas clássicas: incolores, inodoras, etc. Mais à frente falaremos dos tipos de vodka e veremos que algumas são envelhecidas.

Ainda sobre as vodkas clássicas acrescentamos que a sua graduação alcoólica varia entre os 37°,5 e os 50°. A Smirnoff tem dois tipos: Blue Label e Red Label ( rótulo azul e rótulo vermelho ).

A primeira tem uma graduação alcoólica de 50° e destina-se a um tipo específico de consumidores. A Red Label normalmente tem 37°,5 ou 40°, conforme o país onde é produzida.

A vodka Finlândia tem também duas versões: a Black Label (rótulo preto) com 40° e a Silver Label (rótulo de prata) com 50°.

Tipos de vodka

Aparentemente apenas existe um tipo de vodka, poderá parecer que a vodka é toda igual mas não é assim. Existem diversos tipos que exemplificamos.

Vodkas Polacas: Produzidas, as de maior renome, nas cidades de Gdansk, Kraków e principalmente em Poznan.
Para estas vodkas, na maioria dos casos fazem-se três destilações
para apurar uma remessa ou quantidade com suavidade suficiente.

Wyborowa: E uma das clássicas polacas mais conhecidas no mercado, que aparece em 2 versões: Blue label ( a mais forte) 42°, e a Red Label 38°. No fabrico de ambas predomina o centeio.

Zubrówa: Faz parte das Flavored Vodkas. Nela está incorporado o gosto da relva do Parque Nacional de Bialowieza onde pastam habitualmente, búfalos de uma raça especial. A relva verde é para transmitir a força e a intensidade características dos búfalos da zona. Esta vodka é suave e macia ao beber. A sua cor é verde pálido. Nalguns sectores erradamente, esta vodka é considerada russa, no entanto, é polaca.

Starka: É outro tipo de vodka, também invulgar. Apresenta-se em cor castanho-dourado e é envelhecida em cascos. Antigamente era colocada para envelhecer quando nascia a filha de um casal e apenas bebida na festa do seu casamento. Hoje é raro manter-se esta tradição.

A esta vodka adiciona-se o vinho espanhol Málaga para a tornar mais suave, dar-Ihe cor e tirar-lhe o acentuado sabor a centeio.

Krakus: Vodka de fina Qualidade, produzida à base de centeio, é adocicada e apresenta-se incolor e o seu paladar é suave. A graduação alcoólica é de 40°.

Luksusowa: Costumam chamar-Ihe a vodka de luxo polaca. Produz-se à base de batata. Apresenta-se incolor e tem um paladar adocicado. A sua graduação alcoólica é de 44°,

Jarsebiar: Esta vodka é aromatizada com romãs, O seu paladar é adocicado. A sua graduação alcoólica é de 40°.

Existem ainda na Polónia algumas vodkas a que se adicionam nozes verdes, cerejas e outros frutos, consoante o paladar ou aroma que se pretende.

Vodkas russas: A vodka Smirnoff, originária da Rússia, não pode ser considerada como russa, pois os seus direitos de produção são da firma Hublein (Americana) e é produzida sob licença em diversos países.

A Rússia tem, no entanto, outras marcas e tipos de vodka também bastante famosas. Podemos encontrar no mercado português a Stolichnaya e a Moskovskaya. A Moskovskaya é uma das Flavored Vodkas pois, na sua produção entram algumas ervas, que lhe são adicionadas.

Russkaya: Uma vodka pouco conhecida fora da Rússia mas também uma vodka do tipo das clássicas.

Pertsovka: É um tipo de vodka vermelha escura a que se adiciona pimentão. O seu aparecimento deve-se a Pedro, o Grande, que tinha por hábito polvilhar a vodka com pimenta preta antes de a beber. Esta vodka é consumida por um tipo especial de bebedores, considerados os bravos.

Krepakaya: Esta vodka faz parte do grupo das Grain Vodkas. É bastante forte. A sua graduação alcoólica é de 56,5°.

As vodkas são tradicionalmente produzidas a partir de cereais, no entanto são usados na sua produção outros produtos agrícolas, batatas, beterraba e outros.

Vodkas inglesas: As vodkas inglesas têm a fama de possuírem uma
óptima qualidade. São, regra geral, incolores e inodoras. Utilizam-se muito em mixed-drinks e cocktails.

Que tenhamos conhecimento, apenas existe em Inglaterra uma vodka de tom avermelhado, produzida segundo uma fórmula russa. A sua graduação alcoólica é de 40°.

Na Inglaterra a vodka líder do mercado é a Smirnoff, seguida da Vladivar .

Algumas das vodkas que se fabricam na Europa e nos Estados Unidos tem nomes russos.

No entanto, essa é apenas a única relação que tem com a Rússia, excepção para a Smirnoff, e algumas outras, que é realmente de origem russa.

Rum


História
A cana-de-açúcar começou a ser cultivada nas Caraíbas, em 1433, no tempo de Cristóvão Colombo.
Era transportada pelas esquadras de Colombo a partir das Ilhas Canárias.

Nos princípios do século XVI surgiu o primeiro rum destilado a partir da cana-de-açúcar.

Existem várias histórias e lendas sobre o rum que envolvem os piratas da época.

Alguns "experts" na matéria defendem que a palavra rum deriva de Rumbullion ou Rumbustion. Expressões usadas, na gíria, pelos ingleses para descrever os excessos provocados pelos bêbados.
Outros afirmam que a palavra rum tem origem latina, saccharum (açúcar).

No século XVII, o rum era já muito conhecido, sendo considerado como uma bebida medicinal que curava todas as doenças e expulsava os "demónios" do corpo.

Em 1775 o rum era a bebida mais vendida na América, o consumo anual per capita era de aproximadamente 18 litros.

George Washington, na sua campanha eleitoral, distribuía grátis rum por todos aqueles que o ouviam.

Actualmente o rum é produzido em muitos países: Índias ocidentais francesas (Martinica e Guadalupe); Índias ocidentais britânicas (Jamaica, Barbados, Guiana, Trinidad); Brasil; Venezuela; Austrália; Cuba; Puerto Rico; México; Bolívia; Rússia e Espanha.

Esta bebida alcoólica obtém-se por destilação, após a fermentação do sumo fermentado da cana-de-açúcar, xarope de cana ou melaço.

Quando se produz à base de sumo de cana, considera-se que o processo é agrícola. Sempre que são usados o xarope de açúcar e o melaço, o processo é considerado industrial.

As folhas são retiradas à cana-de-açúcar e esta é esmagada. Ao líquido obtido após a filtragem chama-se "Congeners" ou "Vesou".
Processo agrícola
A fermentação dura de 24 a 48 horas para o rum do tipo branco e pode durar algumas semanas no caso do tipo escuro.
Este processo consiste na adição de leveduras e água ao "Congeners".
A destilação faz-se num alambique de processo de fogo contínuo quando se trata de rum branco Dry ou Light e em Pot Still se for um rum escuro.
Dá-se o nome de "Grappe Blanche" ao líquido obtido pelo processo (Patent Still) fogo contínuo.
Processo industrial
O tempo de duração da fermentação é idêntico ao do processo agrícola. Nesta fermentação adiciona-se uma substância que é formada por resíduos que são sobras do alambique. Estes resíduos são semelhantes às leveduras que se usam nos Sour-Mash Whiskeys.
No processo industrial o rum tanto é destilado em Pot Still como em Patent Still. O sistema Pot Still usa-se quando se pretende fabricar rum com melhor qualidade. Pois, este processo permite reter as qualidades aromáticas do rum e ao mesmo tempo dá-lhe uma maior maciez.

Cor/coloração

O processo de coloração usado para o chamado "Rum Negro" consiste na adição de xarope de cana-de-açúcar queimado e caramelo ao espírito já destilado.

Mistura/Blendagem

Tal como os whiskeys, o rum também pode ser misturado com outros tipos, especialmente o rum negro, que inclui rum destilado em Pot Still e em Patent Still.

Envelhecimento

No envelhecimento do rum do tipo branco Light/Dry usam-se barris novos ou sem qualquer tratamento especial. Nos do tipo negro utilizam-se barris previamente queimados, chama-se a isto sistema jamaico.

O período de envelhecimento do rum varia entre três a cinco anos no caso dos brancos e de três a quinze anos no caso dos negros. No entanto, nenhuma lei obriga a que a idade do rum seja mencionada no rótulo.

Particularidades

- Ao rum destilado adiciona-se água lisa, para obter a graduação alcoólica pretendida.

- O rum feito de melaço é conhecido por rum industrial pelo facto de a grande maioria se obter a partir do melaço.

- O melaço obtém-se da seguinte forma: a cana-de- açúcar é cortada em pedaços e esmagada por
grandes rolos que lhe retiram o sumo. Os resíduos são esmagados uma segunda vez.O sumo
obtido é aquecido até chegar ao ponto de quase fervura e depois arrefecido. Este líquido (muito escuro) é tratado, sendo-lhe adicionado lime (sumo de lima) e novamente aquecido.

Depois de frio, o cristal formado pelo açúcar separa-se, restando o melaço que se utilizará no
fabrico do rum.

- A graduação alcoólica do rum oscila entre 40º a 55º graus.
- O rum Bacardi produzia-se em Cuba até Fidel Castro subir ao poder. A partir dessa altura passou
a produzir-se em Puerto Rico, sob a designação de Ronrico.

O Bacardi produz-se em imensos países sob licença.

- Há cerca de trezentos anos os oficiais da armada britânica distribuíam diariamente uma porção de
rum pela tripulação. Desta forma suportavam-se melhor as condições de vida a bordo.

O Grog foi instituído como uma bebida quase obrigatória a bordo, por ordem do almirante
Vernon, comandante chefe da armada britânica nas Índias ocidentais britânicas, em 1740.

Tipos de Rum

Rum ligeiramente encorpado: É seco e leve em aroma. Apresenta-se incolor na versão White Label e dourado escuro na Gold Label. Este tipo de rum é mais pesado e mais doce. Produz-se principalmente na Venezuela, Cuba, México e Puerto Rico.

Rum mais encorpado: É um rum escuro. Tem um bouquet acre, corpo e aroma. É originário da Jamaica, Demerara (Guiana Britânica), Martinica, Trinidad e Barbados.
Rum altamente aromático: Butativa Arak.

Na produção deste rum juntam-se bagos de arroz vermelho ao melaço.
Produz-se na Indonésia (área de Java) e é enviado para a Holanda e Suécia onde é engarrafado e utilizado no fabrico do famoso Ponche sueco.

Rum naval ou Navy Rum: O Navy Rum faz parte dos tipos mais encorpados, produz-se na Guiana e Trinidad. É misturado (blended) na ilha de l'Ortola (Ilhas Virgens Britânicas).

Este tipo de rum é o mais usado para fazer o famoso Grog, especialmente pelos chamados "Lobos do Mar".



Tequila

A Tequila é uma aguardente mexicana que tal como o Cognac ou o Porto tem uma região própria.

É oriunda das cidades de Tequila, Arenal, Anatitla, Aranda e da região de Guadelajara, no estado de Jalisco. Produz-se desde o tempo dos astecas.

A Tequila é proveniente do fruto dos cactos que se chama "Agave".

Este fruto leva dez a doze anos a amadurecer e pode atingir os 50 kg de peso, 60 cm de altura e 45 cm de diâmetro.
Como se obtém a tequila
Os "Agave" são cortados e cozidos a vapor por um período não inferior a vinte e quatro horas. Em seguida são esmagados e prensados. O líquido fermenta durante dois dias, depois de lhe serem adicionados água, açúcar e leveduras.
Este líquido tem o nome de "Pulque".

A Tequila é obtida em dupla destilação em "Pot Still" num alambique de tipo "Charentais".




A Tequila também pode ser envelhecida em cascos de carvalho (nomeadamente por um período de nove anos) onde adquire uma cor amarela-pálida. Esta Tequila tem a designação de Gold.

As melhores tequilas são as que têm a designação "Anejo" (envelhecidas).
Para poderem ter esta designação o seu período de envelhecimento deve ser no mínimo de três anos.

Quando a Tequila é envelhecida por um período superior a dez anos torna-se um pouco amarga e atinge preços na comercialização só equiparados pelos melhores cognacs.

A graduação alcoólica da Tequila é de 38º a 45º.

Portugal foi pela primeira vez campeão mundial em long drink com um coktail que tem Tequila Mariachi na sua composição.

Como servir Tequila

A Anejo é normalmente servida pura e fria ou com água e gelo. A Tequila Gold ou Nova e, à maneira mexicana, serve-se de seguinte modo: pura, num pequeno cálice, acompanhada por 1/4 de lima ou limão e sal.

Deita-se sal nas costas da mão, lambe-se o sal, bebe-se a Tequila e em seguida suga-se o limão.

Mezcal

É um produto idêntico à Tequila mas produzido fora da região demarcada para a Tequila.

Gin e Genever/Dutch Gin




O Gin é uma das mais famosas bebidas do mundo.

A sua aparição é mais recente em relação aos outros espíritos.

Foi no século XVII que o Dr. Franciscus de la Bõe, também conhecido por Dr. Sylvius, apareceu com uma receita de Gin.

Na altura chamava-se Geniévre e era utilizado apenas como um produto medicinal barato e de óptima qualidade diurética, devido à utilização do Juniper Berry (zimbro).

Da combinação do espírito obtido com adição do zimbro, depressa foi considerado pelos holandeses como um tónico purificante para conservar a boa saúde.
Simultaneamente o nome foi adoptado pelos holandeses como Genever, nome que ainda hoje usam e que é apenas a palavra holandesa que traduz juniper.

No reinado do rei britânico Guilherme III, a Genever foi introduzida na Inglaterra. Inicialmente, foi apenas chamada Hollands e foram as tropas britânicas que começaram a chamar Gin à Genever, como abreviatura. Tudo isto se passou em pleno século XVII.

No século XVIII, no reinado da rainha Ana, os produtores britânicos de Gin tiveram uma ajuda preciosa: maiores taxas nas bebidas importadas e alívio sobre as bebidas britânicas. Esta medida serviu de incentivo e foi a partir dessa altura que os ingleses, já rendidos às qualidades do Gin o adoptaram como bebida nacional.

Por ser de fácil fabrico o Gin foi durante muitos anos produzido ilegalmente.
Apenas uma firma detinha o monopólio da sua produção. Por ser uma bebida barata foi considerada uma bebida para os pobres e ao mesmo tempo como produto medicinal. Era receitada nas farmácias às mulheres como relaxante para os nervos.
Por este motivo o Gin teve também diversos sub-nomes: "A Delícia das Senhoras" ou "A Ruína das Mães".

Tipos de Gin

Os tipos de Gin mais conhecidos no mercado são:

- London Dry Gin
- Old Tom Gin (já quase extinto)
- Plymouth Gin
- Sloe Gin
- Genever

London Dry Gin: O mais famoso e vendido em todo o mundo. É muito seco e apresenta-se incolor.

Old Tom Gin: O famoso "Tom Collins" era, inicialmente, feito com este tipo de Gin que é adocicado. Actualmente é difícil encontrar este Gin no mercado, por estar quase extinto.

Plymouth: É um Gin seco e incolor que durante muitos anos foi o Gin preferido da marinha inglesa. Tem um aroma mais acentuado do que o London Dry Gin. Inicialmente produzido na escura abadia de Plymouth, continua a produzir-se no mesmo local e pelos descendentes da família que começou a fabricar.

Sloe Gin: A este Gin, depois de destilado, é adicionada uma infusão de ameixas bravas (sloeberries) que lhe dá um sabor diferente e o torna avermelhado.
Este tipo de Gin é, normalmente, envelhecido em cascos de madeira. A sua graduação alcoólica é de 27º aproximadamente.
Produz-se na cidade de Plymouth, embora algumas firmas, como a Gordon's, tenham uma linha de produção de Sloe Gin.

Genever/Gin Holandês: Como já foi dito, a Genever deu origem ao famoso Gin. No entanto, devido às suas características a Genever merece uma análise mais profunda. A Genever pode também ser rotulada de "Hollands" ou "Schiedam" (nome da cidade onde predomina a sua produção).

Existem pelo menos, quatro versões de Genever.
Jonge (Young/Nova): Apresenta-se incolor, suave e é de todas a mais popular.

Onde Jenever (Old Genever/Velha): Este tipo de Genever tem um tom ligeiramente amarelecido, devido a um curto período de envelhecimento. Na sua composição há uma maior quantidade de malte. Tem um sabor mais acre do que a Genever nova.

Citronengenever: É uma Genever com sabor a limão bastante acentuado. A sua cor é amarelo-limão. Deve beber-se muito fria.
A firma fabricante deste tipo de Genever é a Bols.
Consome-se quase exclusivamente na Holanda.

Bessen Genever: Pelas suas características assemelha-se a um licor. A sua cor é vermelho-escuro, semelhante a um cherry brandy e é bastante espessa. Deve beber-se fria, tal como todas as Genevers.
A Genever é sempre envelhecida, mesmo que seja por um período pequeno. É aromática, ainda que possua um aroma muito diferente de um London Dry Gin, por exemplo.

Produção da Genever

Produz-se a partir de cevada maltada e partes iguais de milho e trigo.
Esta mistura de cereais é fermentada e em seguida destilada, em sistema Pot Still. Da primeira destilação obtém-se um espírito a que os holandeses chamam "Montwiju" (vinho de malte) e que serve de base aos vários tipos de Genever com qualidade.
Na segunda e terceira destilação são-lhe adicionadas plantas aromáticas e quase sempre Alcaravia (Caraway).

Produção do Gin

O Gin é produzido a partir de vários cereais: milho, trigo, cevada e centeio. Pode incluir melaço e arroz. São-lhe adicionadas bagas de zimbro (elemento indispensável à quase totalidade dos Gins).

Destilação/Purificação

Misturam-se os cereais até ficarem numa massa que é depois cozida e fermentada. Em seguida faz-se a destilação no sistema Patent Still ou Coffey Still que deve, no mínimo, ter três colunas. A primeira destilação destina-se a purificar o espírito obtido, que é incolor inodoro e muito forte (totalmente neutro). A este espírito adicionam-se várias plantas aromáticas (Botanical Plants). É colocado num Pot Still e redestilado para obtenção do aroma ou paladar desejados.
O método mais rápido para aromatizar o Gin (usado por alguns produtores) chama-se "Mistura Fria" e consiste em adicionar os aromatizantes a uma pequena porção de espírito neutro para se obter uma forte mistura concentrada a que se dá o nome de "essência".

Esta essência é exportada para países que fabricam Gin, sob licença, e em cujo rótulo apareça a designação "destilled Gin". Embora não seja muito frequente pode encontrar-se outra designação, nalguns rótulos: "compound Gin" ou Gin composto. A este tipo de Gin são adicionados os aromatizantes sem ser necessária uma redestilação.

Envelhecimento

Normalmente, os Gins não são envelhecidos. No entanto, nos Estados Unidos da América, o Gin é envelhecido em cascos de madeira, obtendo uma cor amarelo-pálido (Golden Gin).

Engarrafamento

No momento em que se engarrafa o Gin adiciona-se água destilada, que tem como finalidade reduzir o teor alcoólico do Gin.

A graduação alcoólica do Gin é de 40º, excepto o Sloe Gin, que tem 25º ou 27º.
Na Alemanha a designação do Gin local é "Wacholder". Trata-se de um espírito neutro, obtido da mesma forma e aromatizado com Juniper Berry (Baga de Zimbro). O Steinhager é o Gin mais conhecido na Alemanha.

Produz-se na cidade de Steinhagen, na Westphalia. Este Gin tem um forte aroma a baga de zimbro porque esta é fermentada ao mesmo tempo que os outros cereais e não adicionada. É incolor e aparece em garrafas de cerâmica. Deve beber-se frio e puro. A sua graduação alcoólica é de 38º.

Whiskey americano



Embora se costume chamar Bourbon aos whisheys americanos nem todos têm esta designação.

Eis alguns tipos de Whiskey Americano:



- Blended Bourbon
-Corn Whiskey
-Rye Whiskey
-Straight Whiskey
-Kentucky Bourbon Whiskey
-Sour MashTennessee Whiskey.

Blended Bourbon (Whiskey de Milho) - Whiskey produzido à base de milho.
Pode considerar-se Blended Whiskey quando tem no mínimo 20% de Straight Whiskey. Quando a percentagem mínima de milho é de 51% trata-se de um Bourbon Straight Whiskey.

Para ter a designação de Corn Whiskey a percentagem de milho deverá ser de 80%.

Rye Whiskey - Tal como o Corn Whiskey é considerado um Blended Rye se na sua mistura entrar, no mínimo, 20% de Straight Rye Whiskey e Whiskey de uma ou mais destilarias. Se contiver pelo menos 51% de centeio (Rye) será um Straight Rye Whiskey. Quando misturado com vários Straight (puros) de destilarias diferentes trata-se de um Blended Straight Rye.

O Rye Whiskey tem um aroma mais forte que o Bourbon normal, por isso dificilmente são confundidos.

Straight Whiskey - Segundo a lei americana, o Straight Whiskey tem de ser destilado a 160 Proof (Sistema U.S.), 80º GL, envelhecido em barris novos de carvalho, previamente queimados, durante um período mínimo de dois anos.
Na altura do engarrafamento a sua graduação alcoólica deve variar entre os 40º e 55º GL. A mistura de cereais deve ter uma percentagem mínima de 51% de um dos cereais.

O Straight Whiskey não pode ser misturado com nenhum outro whiskey, apenas se lhe pode adicionar água.

O Kentucky Bourbon Whiskey deve conter na mistura um mínimo de 51% de milho. É envelhecido em cascos de carvalho por um período de dois anos. Produz-se em Kentucky ou então o seu envelhecimento faz-se na zona durante um ano.


Breve História Sobre o Whiskey Boubon

Tennessee Whiskey - É também um whiskey produzido pelo processo Sour Mash, filtrado através de carvão e uma fina camada de açúcar que lhe dá um paladar macio. É um Straight Whiskey de 90 Proff (450º GL) e envelhecido por um período mínimo de quatro anos.

O Tennessee Whiskey foi produzido inicialmente por Jack Daniels. Actualmente existe o Jack Daniel's Whiskey, o mais conhecido dos Sour Mash Tennessee Whiskey, que na sua produção utiliza um processo de filtragem muito lento, através de carvão em cubas de 12 pés de altura (aproximadamente 3,5 m).

O Tennessee Whiskey é assim designado por ser produzido no estado de Tennessee.

Particularidades

Hoje todos os whiskeys americanos são destilados a partir do processo Continnous Still (Patent Still ou Coffey Still).
Se as leveduras usadas na fermentação são novas e frescas designam-se Sweet Mash.
Os Bourbon Whiskeys raramente são envelhecidos em barris usados anteriormente para Bourbon.

Os barris usados no envelhecimento do Bourbon são mais tarde utilizados no envelhecimento do Scotch Whisky (Malte).

Os whiskys designados Ligth Whiskey nunca são envelhecidos em barris novos queimados.
Os primeiros fabricantes de whiskey na América foram os emigrantes irlandeses e escoceses no ano de 1716/1717.

Canadian Whisky / Canadian Rye Whisky

Normalmente, o whisky canadiano é também conhecido por Rye Whiskey. No entanto, a sua designação deverá ser Canadian Whisky ou Canadian Rye Whisky, visto que na América também existe o Rye Whiskey.

Contrariamente ao que se tem escrito sobre o whisky canadiano, a lei canadiana não exige que a percentagem de centeio seja de 51%. Segundo a lei, o Canadian Rye Whisky deve ser destilado no Canadá e deve possuir o paladar e características normalmente atribuídas ao Canadian Whisky.

O whisky deve ser destilado do grão de cereais. As proporções que se utilizam são do critério do produtor (nomeadamente 7 partes de milho para uma de centeio).

Fermentação

Depois da mistura dos cereais moídos ser efectuada numa cuba são-lhe introduzidas leveduras que irão provocar a fermentação. Este processo demora de três a cinco dias.

Destilação

A mistura fermentada é destilada em alambique de processo contínuo (Patent Still/Coffey Still). Ao espírito obtido na primeira destilação chama-se High Wine. As destilarias canadianas, ao contrário das escocesas, não procuram reter os fortes aromas das matérias-primas utilizadas.

Envelhecimento

O álcool neutro é colocado em velhos barris queimados, usados anteriormente com Bourbon Whiskey, ou então, em novos cascos brancos de carvalho. O período máximo de envelhecimento, por lei, é de três anos, em casco, antes de ser misturado (Blended) ou vendido.

O governo canadiano não controla com tanto rigor o processo de envelhecimento como noutros países. Por isso, o álcool que se evapora durante o período de envelhecimento pode ser compensado com um espírito novo.

Mistura/Blendagem

Adiciona-se cerca de 10% de puro Rye Whisky à mistura a fim de lhe dar um aroma próprio. Acrescenta-se caramelo para lhe dar um pouco mais de cor. Após esta mistura o whisky pode ser comercializado ou então voltar para o barril para envelhecer, no caso de se pretender um whisky de melhor qualidade.

Todos os whiskeys canadianos são Blended (misturados) pois a lei americana não permite a sua comercialização, nos E.U.A., se tiverem a designação Straight.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Whisky /Whiskey




Começamos por explicar qual a diferença entre o whisky e whiskey.
Ambas as palavras querem dizer a mesma coisa.

No entanto, Whisky é o nome que os escoceses dão à sua famosa aguardente de cereais produzida à base de cevada maltada, cevada não maltada e milho.

Os canadianos usam a mesma palavra para definir o mesmo tipo de espírito.

Na América e na Irlanda usa-se a palavra whiskey para definir um tipo de aguardentes quase idêntico.

O leitor encontrará as diferenças na definição técnica dos Whiskeys Escoceses e Whiskeys Americanos.

A palavra whisky deriva da palavra gaélica uisgebetha ou da palavra celta uisgebaugh. Ambas as palavras significam "Água da Vida" (Water of Life / Eau de Vie).

Ainda hoje não se sabe concretamente quem começou a produzir o whisky, se a Escócia ou a Irlanda.

Segundo alguns historiadores foram, provavelmente os monges irlandeses que começaram a produzir o whisky e contribuíram para que o segredo se espalhasse até aos Highlands, através de outros monges lá fixados.
O aparecimento desta bebida foi bem acolhido na Escócia há mais de mil anos, mas apenas se encontra uma referência ao mesmo no ano de 1494, na época medieval.

Nos arquivos do Ministério da Fazenda existe um registo desse tempo que diz o seguinte: "Oito Bolls (recipientes) de malte/cevada para o frade John Cor fazer Aquavitae". Os Bolls eram velhas medidas em madeira usadas para a cevada. No início do século XVI, no ano de 1506, no tempo do rei James IV da Escócia, o seu tesoureiro marcou pagamentos de impostos especiais nos dias 15 e 17 de cada mês, sob a designação "Impostos para a Água da Vida do Rei".

Em 1618 o whisky era já referenciado com este nome, ou como Viskie.
Naquele tempo quase todos os grandes senhores da Escócia possuíam a sua destilaria privada e faziam uma distribuição generosa por todos aqueles que os serviam e cuidavam das suas casas e terras.

Nas cidades e nas vilas os vizinhos compartilhavam entre si as destilarias que ainda eram consideradas ilegais.

Nessa época a Escócia era considerada como um lugar selvagem e pouco hospitaleiro. Daí os sucessivos governos britânicos terem encontrado grandes dificuldades em cobrar taxas aos proprietários das destilarias, aos quais passaram a chamar "contrabandistas".

Estes fabricantes de whisky eram realmente mais rápidos do que os fiscais do governo, conseguiam mudar as suas destilarias sem deixarem rasto.

Esta situação arrastou-se até 1814. A partir daqui a produção do whisky passou a ser controlada pelo, governo que com o tempo o tornou o rei das bebidas.

Produção

A produção do whisky escocês passa por diversas fases, tais como: maltagem, mistura, fermentação, destilação, envelhecimento/amadurecimento, blendagem/combinação, filtragem e engarrafamento.

Maltagem

A cevada é o elemento essencial para a produção do whisky escocês e inclusive do irlandês. As qualidades ricas deste cereal tornam-no indispensável no fabrico do whisky.

Nesta fase a cevada é mexida e "peneirada" para remover qualquer corpo estranho. Depois é mergulhada em tanques especiais durante dois ou três dias. Em seguida espalha-se em solo apropriado, quase sempre aquecido (malting floor), que provoca a germinação.

A germinação demora de oito a doze dias dependendo normalmente da época do ano em que é feita e também da qualidade da cevada. A germinação é interrompida quando o malte atinge a medida de uma polegada (1 Inch). O malte verde seca numa estufa ou forno aquecidos a fogo de turfa. É deste fogo de turfa que depende a qualidade do whisky.
O malte é arrefecido e armazenado durante um mês.

Mistura

O processo de mistura é semelhante ao da cerveja. Consiste na mistura do malte verde com os outros cereais já previamente cozidos. Essa mistura é feita numa tina com água a ferver, obtendo-se assim o mosto.
(Esta mistura não é usada nos whiskys de malte.)

Fermentação

O mosto é colocado em recipientes de aço ou cubas de lavagem para arrefecimento. Dá-se a fermentação depois de lhe serem adicionadas leveduras que atacam o açúcar, transformando-o em álcool bruto de baixa graduação.
Este líquido, conhecido por "Wash", é composto por 90% de água e 10% de álcool de baixo teor alcoólico (aproximadamente 5%).
Toda esta operação demora cerca de 48 horas.

Destilação

O líquido obtido após a fermentação é colocado no alambique para destilação: Pot Still no caso do Malte Whisky e Patent Still ou Coffey Still quando se trata de Grain Whisky.

Envelhecimento/Amadurecimento

Após a destilação os whiskys são colocados em barris de carvalho que antes tenham sido utilizados com Jerez ou Porto. Algumas marcas usam barris que foram usados para o envelhecimento do Bourbon.

No caso do whisky de malte os barris são os mesmos que serviram para envelhecer os sherry.

Os barris usados impedem que o aroma excessivo a madeira realce no whisky.
É por esta razão que não são utilizados barris novos.
Neste período o whisky adquire a sua cor e aroma.

O período mínimo de envelhecimento para o Scotch Whisky é de três anos. O Malte Whisky tem um período de envelhecimento que oscila entre os cinco e os doze anos.

Combinação/Blendagem

Os Whiskeys Blended são uma mistura de vários tipos de whisky, mas sempre com uma percentagem de malte que remonta sensivelmente ao ano de 1880.

Nesta combinação ou blendagem podem ser usados de 15 a 50 tipos de whisky.
As proporções e tipos a usar são uma fórmula secreta que cada companhia produtora guarda religiosamente pois, dela depende o tipo de whisky a produzir.
Origem do Whisky Blended.

Em 1880, quando na Europa as vinhas foram atacadas de moléstia, a produção do vinho diminuiu. Os consumidores de aguardente viram-se na necessidade de procurar alternativas. Uma delas foi o Scotch Whisky.

No entanto, o whisky destilado em Pot Still (Malte) era considerado demasiado forte e até caro para ser consumido no dia-a-dia. Daí o aparecimento do whisky de grão (Grain Whisky) e do Blended Whisky.

Produzem-se mais de 2.000 tipos de whisky escocês para a venda no mercado britânico e também para o mercado exportador. Este número bastante significativo é controlado por um pequeno número de firmas.
Uma delas, a Distillers Company (DCL), agora United Distillers, controla mais de quarenta destilarias.

Filtragem/Engarrafamento

Os Blended e Malte Whiskeys são filtrados para que seja retirado o possível depósito. Algumas firmas usam o sistema de filtragem que consiste em levar o whisky a baixas temperaturas, o que o faz turvar e lhe provoca um depósito. Este é removido mais facilmente. Voltando à temperatura ambiente o whisky readquire o seu brilho normal. Depois desta fase o whisky fica pronto para o engarrafamento, selagem e rotulagem.
No rótulo deve ser obrigatoriamente mencionado o tipo de whisky e a idade quando se trata de um whisky velho. No caso de um whisky velho mas Blended, deve ser sempre considerado o mais novo dos whiskeys, o mínimo exigido pela lei. Exemplo: se no rótulo for mencionado 12 anos, o whisky mais novo desta blendagem ou mistura deve ter 12 anos.

Particularidades

- Recentemente apareceu no mercado um tipo de whisky de Malte, o Blended Malte, que consiste numa mistura de vários Malte Whisky. Para evitar confusão com o Whisky Blended é chamado Vatted Malte.

- Na maioria dos whiskeys adiciona-se caramelo, para ir de encontro aos desejos do consumidor, em relação à cor e ao aspecto.

Poucas são as marcas que não o usam. A um dos responsáveis da Cutty Sark quando lhe perguntaram porque era o seu whisky tão claro, ele com o seu humor britânico respondeu com esta frase:

"Porque são os outros whiskeys tão escuros?"

- O Whisky Scotch deve a sua qualidade a três coisas essenciais: à qualidade da turfa usada na secagem do malte; à óptima qualidade da água dos Highlands Springs, usada na mistura do whisky, e ao clima húmido da Escócia que, por si só, é garantia de qualidade no envelhecimento do whisky.

- A destilaria Glenlivet é das mais antigas da Escócia. Foi a primeira a ser legalizada pelo seu fundador George Smith. Hoje, em conjunto com outras destilarias, forma o grupo Glenlivet and Glengrant Distilleries, Ltd. e é desde 1978 propriedade do colosso no mundo das bebidas, a Seagram's Company, Ltd.

- Na produção do whisky de malte, para além do famoso malte dos Highlands, são também usados maltes dos Lowlands Islands (ilhas do Skye, Islay e Jura) e Campbeltown.
Para além dos citados países produtores de whisky é de salientar ainda o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia. Os whiskeys produzidos nestes países dificilmente se encontram no mercado europeu. No Japão, os whiskeys mais conhecidos são o Suntory, o Nikka e o Sanraku.

A graduação alcoólica normal nos whiskeys oscila entre os 35º e os 65º. Algumas marcas de Malte Whisky ultrapassam os 60º.
Malte Whisky: O whisky de malte é destilado duas vezes. Ao líquido obtido da primeira destilação dá-se o nome de "Low Wines". Na segunda destilação o espírito obtido é apreciado por um técnico, stillman, que apenas aproveita o chamado "coração" do líquido. Separa a "cabeça" a que se chama "Foreshots" e a cauda a que se dá o nome de "Feints". O líquido obtido (aproximadamente 58%) é usado na produção do whisky de malte.

As partes restantes "foreshots" e "feints" voltam a entrar no circuito, são redestiladas e aproveitadas como Low Wines.
Apenas se tem conhecimento de duas marcas de whisky de malte que usam a tripla destilação: a Auchentoshan e a Rosebank, ambas dos Lowlands.
Uma outra marca que usa Campbeltown, a Springbank, utiliza um processo equivalente a duas destilações e meia (malte de 21 anos).
Algumas das mais conhecidas marcas de whisky de malte

Highlands:

Aberlour Balvenie Blair Athol
Aultmore Benriach Caperdonich
Balblair Benromach Cardhu
Clynelish Glenugie Tomatin
Claigellacghie Glennury-Royal Tomintoul
Dallas Dhu Glenvale Tormore
Dalmore Highland Park
Dalwhinnie Inchgower Lowlands:
Deanston Malt Isle of Jura Auchentoshan
Dufftown Knockandhu Bladnoch
Glen Albyn Ledaig Kinclaith
Glenburgie Linkwood Rosebank
Glendullan Longmorn
Glen Elgin The Macallan Islay
Glenenesk Macduff Ardberg
Glenfarclas Bowmore
Glenfarclas 105 Highlands: Bruichladdich
Glenfidich MacPhati's Bunnahabhain
Glen Garioch Miltonduff Caol Ila
Glenglassaugh Oban Lagavulin
Glengoyne Old Fettercairn Laphroaig
Glen Grant Old Pulteney Port Ellen
Glen Mhor Strathisla Campbeltown:
Glenmorangie Talisker Longrow
Glen Moray Thamdhu Sheep Dip
The Glenturret Tamnvulin Spring Bank

Whiskey Irlandês

Tal como o Scotch Whisky, o Irish Whiskey vai buscar o seu nome à área geográfica e ao país onde é produzido, a Irlanda. É considerado Irish Whiskey apenas o que é destilado e envelhecido na Irlanda.

A produção do Irish é muito similar ao Scotch. No entanto, existem duas grandes diferenças entre eles: o número de vezes que é destilado e os ingredientes usados. O Irish Whiskey é destilado três vezes e o lote de cereais que entram na sua composição é muito vasto: 50% de cevada maltada, 30% de cevada não maltada, 10% de centeio e 10% de trigo. O aroma da turfa também contribui para outra diferença.
Na base de maltagem do Irish Whiskey não é usado o fumo da turfa para lhe dar aroma.
O Irish Whiskey devido à sua tripla destilação tem uma maior percentagem de álcool em comparação com o Scotch, quando à saída do alambique. Na comercialização ambos têm 40%.

Envelhecimento

É envelhecido em cascos de carvalho, que antes foram utilizados para Sherry, Rum, Brandy ou Bourbon.
Tem um período de envelhecimento não inferior a quatro anos mas que na maioria dos casos se aproxima mais dos 10 a 15 anos.

Particularidades

Das 1.000 destilarias legais existentes em 1779 apenas 246 ficaram a laborar após o lançamento de impostos sobre a destilação do álcool.
Este número foi decrescendo até 30, no ano de 1900. As destilarias centralizavam-se na área de Dublin, Belfast e Cork.
Desde o ano de 1966 apenas três grandes destilarias produzem Irish Whiskey: John Jemeson, John Power e a Cork Distillery Company. Estas destilarias formam o Irish Distillers Group, Lda., único produtor legal do Irish Whiskey e que produz dezasseis qualidades diferentes de whiskey. Este grupo controla também a mais velha das destilarias irlandesas ou até mesmo da Europa desde 1608, a Old Bushmills.
Na Irlanda começou a produzir-se recentemente o Whiskey de Malte (Irish Pure Malte).